ERA UMA VEZ O CINEMA


Os Olhos Sem Rosto (1960)

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País: France, 90 minutos

Titulo Original: Les yeux sans visage

Diretor(s): Georges Franju

Gênero(s): Drama, Terror

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.7/10 (25963 votos)

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Sinopse: Thriller contemporâneo de Psicose e A Tortura do Medo, todos os três sofreram ataques devastadores da crítica na época de seu lançamento e ganharam sua devida notoriedade apenas com o passar dos anos e a morte de seus diretores. Isso por esfregar na cara da sociedade na virada dos anos 50 para os anos 60, os monstros de carne e osso que existem dentro da gente, livrando-se da pecha que Hollywood tinha eternizado nas duas décadas anteriores com os monstros da Universal e suas sequências, e os alienígenas atômicos da década recém findada.

O monstro aqui no caso é o Dr. Génessier (interpretação fabulosamente contida de Pierre Brasseur), que desfigurou o rosto da filha em um trágico acidente de carro, o qual dirigia em alta velocidade, e amargurado e remoído pela culpa, decide utilizar todos seus dotes para reconstruir seu rosto. Só que para isso, ele precisa de espécimes de tecidos humanos, que consegue com a ajuda de Louise, ex-paciente reabilitada por Génessier, que rapta belas garotas de olhos azuis e faces angelicais, para as terríveis experiências do médico.

Os Olhos sem Rosto também funciona muito bem como uma alegoria de crítica e ataque velado ao controle fascista (afinal Génessier é um médico respeitado da sociedade que utiliza de seu poder e influência e sente a necessidade de controlar tudo que acontece a sua volta metodicamente), e ao nazismo (o doutor tem um laboratório secreto escondido no campo, e usa humanos como cobaias para seus fins lunáticos, assim como feito pelos alemães na Segunda Guerra Mundial).

Assim como aconteceu em O Testamento do Dr. Mabuse de Fritz Lang, grande amigo de Franju, que recebe sua devida homenagem nesse filme, como a cena de abertura, evocando a sequência final do filme do diretor austríaco.

Franju fez questão de colocar nas suas entrelinhas personagens pobres, de origem não francesas (como uma das moças que foi raptada, que era suíça), que são apenas ferramenta para um afortunado médico, entregues por sua comparsa, como judeus sendo entregues em um capo de concentração, contrastando com a arrogância e a confiança exacerbada da classe dominante em relação aos demais.

A icônica máscara sem expressão, à lá Michael Myers, que a filha de Génessier, Christiane (Edith Scob), usa para esconder seu rosto desfigurado, enquanto caminha pelo casarão com sua longa camisola, vivendo seu cárcere privado e vislumbrando o suicídio. Depois somos testemunhas oculares da operação que retira a face de uma das vítimas para ser transplantada em Christiane.

A operação, que inicialmente parecia ter sido um sucesso, na verdade começa a se mostrar um desastre com o passar do tempo, conforme a nova pele vai necrosando, tudo mostrado em fotos acompanhada de narração. Isso sem contar o vislumbre do rosto deformado da garota e uma cena de suicídio quando uma das sequestradas se joga da janela e se estatela no chão. Por fim, temos também o ataque dos cachorros que o Dr. Genéssier mantinha em cativeiro para fazer suas experiências antes de testar em humanos, que libertados por Christiane, estraçalham o rosto do doutor.

 

Elenco: